Empresário de Marília Mendonça revela que a cantora deixou um acervo inédito capaz de sustentar lançamentos por mais de 20 anos, com faixas guardadas até em pen drive.
Mesmo após sua partida, o legado de Marília Mendonça segue crescendo. Segundo o empresário Wander Oliveira, da WorkShow, a cantora deixou um acervo musical tão extenso que seria possível manter lançamentos pelos próximos 20 anos. A declaração foi dada em entrevista ao g1 e revela a dimensão do material ainda inédito da artista.
Além dos sucessos já conhecidos pelo público, Marília deixou gravações, rascunhos e composições que seguem guardados e sendo avaliados com cuidado. Uma parte importante desse acervo está armazenada em um pen drive do compositor e parceiro de longa data, Juliano Tchula, que reúne mais de cem arquivos entre músicas inéditas, esboços e registros em voz e violão.
Legado é dividido entre família, gravadora e escritório
O material deixado por Marília é administrado por três frentes principais: a família, representada pela mãe Ruth Dias e por Murilo Huff, pai de Léo; a gravadora Som Livre, com quem a cantora mantinha contrato desde 2019; e a WorkShow, escritório responsável por sua carreira.
Juntos, eles definem o que será divulgado ao público, tanto a partir do que já foi gravado em estúdio quanto do que ainda está guardado. O cuidado é redobrado para que cada lançamento esteja alinhado com a história e a memória da artista, que se consagrou como um dos maiores nomes da música brasileira.
Lives da pandemia e o álbum “Decretos Reais”
Parte do repertório póstumo de Marília surgiu a partir das lives realizadas durante a pandemia. Um dos exemplos é o projeto “Serenata”, que deu origem ao álbum “Decretos Reais”, lançado após sua morte. O material mostrou que ainda havia muitas interpretações e registros da cantora a serem compartilhados com os fãs.
Esses projetos reforçam que o acervo não se limita apenas às gravações de estúdio tradicionais, mas também inclui performances especiais e registros intimistas que ajudam a manter viva a presença de Marília na música.
Pen drive com mais de cem arquivos e o futuro nas mãos de Léo
Um dos pontos mais delicados do acervo é o já citado pen drive de Juliano Tchula, que guarda mais de cem arquivos de Marília. Entre eles, há rascunhos, músicas inéditas e registros em voz e violão. Segundo Wander Oliveira, a ideia é preservar esse material para que, no futuro, o filho da cantora, Léo, tenha autonomia para decidir o que será feito com ele.
“Defendo que esse acervo seja preservado para que o Léo decida seu destino”, teria dito o empresário, reforçando o caráter afetivo e histórico das gravações.
Direitos, contratos e decisões em família
O advogado Robson Cunha explicou que, por contrato, todo o repertório de Marília pertence à Som Livre. No entanto, novos acordos e eventuais lançamentos dependem da assinatura de Murilo Huff, responsável legal em nome do filho da cantora.
Em nota ao g1, a Som Livre afirmou que todos os projetos serão desenvolvidos em parceria com a família e o escritório, com o compromisso de respeitar a memória e a história de Marília em cada passo dado.
Um legado que ainda vai ecoar por décadas
A perspectiva de lançamentos para “mais de 20 anos” mostra que a voz e a escrita de Marília Mendonça ainda têm muito a dizer. Mais do que números, trata-se de um patrimônio afetivo e cultural que seguirá acompanhando gerações de fãs.
Entre contratos, decisões familiares e curadoria artística, o que se mantém intacto é a certeza de que o Brasil ainda vai ouvir muito de Marília — seja em canções inéditas, registros resgatados ou projetos especiais que honrem sua trajetória.






