Após 28 anos da morte de Aladim, rumores de que o cantor sertanejo teria sido enterrado vivo reacendem mistério em Mogi das Cruzes.
Uma das histórias mais sombrias da música sertaneja voltou a gerar comentários após completar 28 anos. Moradores de Mogi das Cruzes (SP) relembraram os rumores envolvendo a morte de Aladim, da dupla Alan e Aladim, um cantor sertanejo antigo que marcou época nos anos 80. Segundo lendas urbanas que circulam há décadas, o artista teria sido vítima de catalepsia e acabado enterrado vivo. A versão nunca foi confirmada, mas permanece entre os mistérios mais comentados da cidade.
José Nascimento Cardoso, o Aladim, morreu oficialmente em 1º de outubro de 1992, após uma parada cardíaca durante uma cirurgia dentária. Mas a forma trágica como sua morte foi narrada ao longo dos anos transformou o caso em motivo de medo e especulação. A história ganhou novos capítulos com relatos de supostos arranhões no caixão e detalhes que alimentam o imaginário popular sobre o que realmente aconteceu com o cantor sertanejo que morreu.
Embora o administrador do Cemitério da Saudade negue que o túmulo tenha sido aberto, o silêncio da família e os relatos que passaram de geração em geração continuam a reforçar o mistério em torno da morte do artista.
Da formação ao sucesso: a trajetória da dupla Alan e Aladim
A história de Alan e Aladim começou por acaso. Antes da dupla existir, Alan trabalhava como torneiro mecânico, enquanto Aladim já trilhava o caminho musical e era amigo de João Mineiro & Marciano, com quem tocou durante quatro anos. O encontro entre os dois aconteceu em um concurso musical, onde Aladim convidou Alan para formar a dupla que marcaria a década seguinte.
A estreia oficial ocorreu em 1976, mas o primeiro LP só foi lançado em 1981, pela CBS/Sony Music, graças à ajuda de Marciano. A carreira deslanchou nos anos seguintes, com sucessos como “Parabéns Amor” e, mais tarde, “Liguei pra Dizer Que Te Amo”, um dos maiores clássicos do sertanejo romântico dos anos 80.
O auge ocorreu em 1987, quando o álbum “Alan e Aladim” vendeu 1 milhão de cópias. Nos anos seguintes, a dupla figurou entre os artistas mais queridos do gênero, com destaque em listas como “os ídolos dos caminhoneiros”.
O boato do enterro vivo: verdade ou lenda urbana?

Após sua morte, começaram a circular rumores de que Aladim teria sido enterrado vivo devido à catalepsia — condição rara em que a pessoa parece clinicamente morta, podendo permanecer imóvel por horas ou dias. Relatos antigos afirmam que, após uma suposta exumação, foram encontrados arranhões dentro do caixão, o corpo de bruços e farpas nas unhas do cantor.
No entanto, o administrador do Cemitério da Saudade desmentiu a história várias vezes, assegurando que o túmulo “nunca foi aberto”. A família de Aladim nunca se pronunciou sobre o caso, o que alimenta ainda mais a atmosfera de mistério. Mesmo assim, o boato permanece vivo entre os moradores de Mogi das Cruzes, atraindo curiosos e fãs ao túmulo do artista até hoje.
A dupla renasce com novos integrantes após a tragédia
Quatro anos após a morte de Aladim, a gravadora Copacabana decidiu reformular a dupla. Uma seleção foi aberta para encontrar um novo parceiro para Alan, resultando na escolha do cantor Patrick, que assumiu o nome artístico de Alladin. A versão renovada da dupla teve performances marcantes, mas durou pouco, levando Patrick a seguir carreira própria.
Nos anos seguintes, outros artistas assumiram o posto, como Wesimar Assis Carvalho e Arnaldo dos Reis, irmão de Gian (da dupla Gian & Giovani). Em 2012, Patrick chegou a retornar ao projeto em nova formação. Apesar das mudanças, a memória da formação original permanece como a mais icônica da história da dupla.







