Viúva do cantor Leandro, Andréa Mota revelou que mantém objetos do sertanejo guardados “a sete chaves” e explicou por que evita reviver lembranças do passado.

Andréa Mota, ex-esposa do cantor Leandro (1961–1998), revelou em entrevista exclusiva à CNN Brasil que ainda guarda lembranças do marido, falecido há quase três décadas, mas que evita revivê-las. Segundo a empresária, de 49 anos, os objetos do artista estão “dentro de um baú a sete chaves”, longe do olhar cotidiano, pois mexer nessas memórias ainda desperta uma dor profunda.

“Guardo dentro de um baú a sete chaves porque eu não quero abrir. Se eu abrir, dói. Não abro, não gosto, porque senão vou mexer na minha ferida, e prefiro não fazer isso”, confessou Andréa, emocionada. As declarações foram feitas durante a divulgação de seu novo projeto na TV, o reality “Poderosas do Cerrado”, onde ela busca se reconectar com sua própria identidade, além da imagem de “viúva de Leandro”.

O peso da saudade e a reconstrução pessoal

Desde a morte do cantor em 1998, vítima de um câncer raro no pulmão, Andréa enfrentou um longo processo de reconstrução pessoal e emocional. Ela e Leandro, que formava dupla com o irmão Leonardo, viveram um dos casamentos mais discretos do meio artístico. Juntos, tiveram dois filhos: Lyandra Costa, nascida em 1995, e Leandro Costa, que veio ao mundo no mesmo ano da morte do pai.

Com voz serena, mas firme, Andréa reconhece que a ferida deixada pela perda nunca se fechou totalmente. “Tem uma ferida de 27 anos atrás. Demorou muito, muito, muito para ela ser consertada, então não gosto de mexer nisso”, declarou. A fala revela a dualidade de uma mulher que aprendeu a seguir em frente, mas que carrega consigo um passado de amor e dor que marcou sua história.

Segundo a empresária, guardar os objetos do cantor é uma forma de preservar a memória sem reviver o sofrimento. “O baú é meu jeito de guardar o amor e a saudade, mas também de me proteger”, confidenciou, durante a entrevista.

Um novo capítulo: do luto à independência

Após o luto e os anos de recolhimento, Andréa construiu uma nova vida. Ela se casou novamente, com o empresário Fernando Alves, e teve mais três filhos. Hoje, vive uma rotina voltada à família e aos negócios, longe dos holofotes da música sertaneja. Segundo ela, sua decisão de participar do reality “Poderosas do Cerrado” veio do desejo de mostrar ao público quem ela é agora — uma mulher que se reconstruiu e aprendeu a equilibrar passado e presente.

“Quem é Andréa Mota? Foi ela quem sofreu lá atrás, caiu no chão, se levantou, se reconstruiu e trabalhou. Isso me levou a aceitar me expor nesse programa e a querer mostrar ao Brasil a realidade”, disse durante a coletiva de imprensa da atração, exibida no GNT e com episódios disponíveis no Globoplay.

Na produção, Andréa compartilha sua rotina como empresária e mãe, mostrando uma faceta mais leve e humana. O reality retrata mulheres fortes do Centro-Oeste brasileiro que, cada uma à sua maneira, enfrentaram desafios pessoais e transformaram dor em aprendizado — algo com que Andréa se identifica profundamente.

Leandro: o amor que marcou uma geração

Cantor sertanejo Leandro (Foto: Divulgação)
Cantor sertanejo Leandro (Foto: Divulgação)

Leandro, nome artístico de Luiz José da Costa, foi um dos ícones da música sertaneja dos anos 1990. Ao lado do irmão Leonardo, conquistou o Brasil com sucessos como “Entre Tapas e Beijos”, “Pense em Mim” e “Um Sonhador”. A trajetória da dupla marcou a história do gênero e inspirou uma geração de artistas que viriam depois.

Nos bastidores, o cantor era conhecido por sua simplicidade e por seu amor à família. O relacionamento com Andréa Mota começou antes do auge da fama, e juntos, os dois construíram uma vida reservada e dedicada aos filhos. O diagnóstico de câncer em 1998 pegou a todos de surpresa, e sua morte, aos 36 anos, deixou uma lacuna imensa na música brasileira e no coração dos fãs.

Desde então, Andréa manteve uma postura discreta. Apesar de preservar objetos e lembranças do cantor, ela raramente fala publicamente sobre o tema. “É uma história linda, mas também muito dolorosa. Não dá pra reabrir isso o tempo todo”, declarou em outra ocasião.

O valor das lembranças

O “baú” citado por Andréa tornou-se quase um símbolo de sua jornada. Dentro dele, segundo pessoas próximas, estariam cartas, fotos e objetos pessoais de Leandro — recordações que representam uma parte significativa da vida que ela viveu ao lado do cantor. No entanto, para a empresária, o mais importante é o que permanece vivo dentro dela: as lições e o amor que resistem ao tempo.

“Acho que o mais bonito é perceber que a vida segue. A dor nunca some, mas a gente aprende a transformá-la em força. Guardo as lembranças, mas guardo também o que aprendi com tudo isso”, disse em outro momento da conversa com a CNN.

O relato de Andréa Mota comoveu o público e reacendeu a admiração por uma história marcada por amor, perda e superação. Hoje, ela segue com serenidade, mostrando que o luto pode dar lugar a uma nova vida — sem apagar o passado, mas aprendendo a conviver com ele.

A trajetória de Andréa é um reflexo da força feminina diante da dor. Guardar o passado “dentro de um baú” é, para ela, mais do que um gesto simbólico — é um ato de cura. Entre memórias que doem e conquistas que inspiram, a empresária reafirma seu lugar no presente: uma mulher que escolheu viver, reconstruir e amar novamente, sem esquecer o que a fez ser quem é hoje.

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dedicados à pesquisa, cobertura e promoção do gênero que move o coração do Brasil. Fundador e CEO do Movimento Country, o maior portal de música sertaneja do país, Hedmilton transformou sua paixão pelo campo e pela cultura popular em uma das principais referências do entretenimento brasileiro. Reconhecido por sua visão pioneira, já entrevistou os maiores nomes do sertanejo, cobriu festivais históricos e ajudou a consolidar o gênero nas plataformas digitais. Sua trajetória une jornalismo, estratégia digital e curadoria musical, tornando-o uma autoridade respeitada tanto por artistas quanto pelo público. Hoje, lidera o Movimento Country com o mesmo propósito de quando começou: valorizar as raízes, celebrar os artistas e conectar o sertanejo com novas gerações.

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