Homem é condenado por receptação de bens furtados do castelo do cantor sertanejo José Rico, incluindo violões e buggy.
Um homem foi condenado pela Justiça de Limeira (SP) após ser flagrado com diversos itens furtados da mansão do saudoso cantor José Rico, da icônica dupla sertaneja Milionário & José Rico. A propriedade, popularmente conhecida como o Castelo do José Rico, foi invadida em 2017 e teve bens de grande valor sentimental e histórico levados.
Entre os objetos recuperados estavam dois violões, um sapato personalizado com o nome do cantor, um chapéu, além de um buggy, um quadriciclo e até um trailer. Os bens pertenciam à mansão que, desde a morte do cantor em 2015, permanece envolta em mistérios e disputas judiciais. O imóvel, conhecido por sua arquitetura extravagante e por abrigar mais de 100 quartos, jamais foi finalizado e acabou indo a leilão — sem sucesso.
Segundo o processo, o condenado Celso Salvador Ferrari Mendes foi flagrado guardando parte dos bens em um apartamento no bairro Jardim Olga Veroni. O restante estava em um estacionamento de um conjunto habitacional da CDHU, onde a polícia localizou o buggy furtado. As autoridades confirmaram a origem dos objetos após o reconhecimento feito por um parente de José Rico.
O crime que abalou os fãs do sertanejo

O furto ocorreu em 18 de setembro de 2017, quando o Castelo de José Rico estava vazio e passava por inventário. Mesmo após o crime, a memória do artista — conhecido por sua generosidade e voz marcante — continuou inspirando fãs em todo o Brasil. Porém, a invasão trouxe indignação e tristeza para os familiares e admiradores do cantor.
Durante o julgamento, o réu alegou não saber que os itens eram roubados, afirmando ter apenas “feito um favor” a um conhecido que pediu para guardar os objetos. O juiz Guilherme Lopes Alves Lamas, da 2ª Vara Criminal de Limeira, refutou a justificativa e ressaltou que “pouco importa se o réu sabia da origem ilícita, o que a lei exige é que devesse saber”.
Sentença e repercussão
A sentença foi proferida na última segunda-feira (10), com a condenação de um ano, quatro meses e 24 dias de prisão, em regime semiaberto, por receptação. O réu poderá recorrer em liberdade, mas o caso reascendeu o debate sobre a segurança de imóveis históricos ligados a grandes nomes da música sertaneja.
O Castelo de José Rico se tornou símbolo de um sonho não concluído — um monumento à trajetória do cantor que conquistou o país com letras românticas e emocionais. Mesmo após sua morte, a propriedade continua sendo alvo de curiosidade, mistério e, agora, de processos judiciais que reforçam seu legado na história da música brasileira.
