Governo federal readequa repasse para Réveillon de Marabá com show de Zezé Di Camargo; prefeito do PL reage e fala em perseguição.
A redução do repasse federal destinado à festa de Réveillon de Marabá, no sudeste do Pará, virou um novo foco de tensão política neste fim de ano. O prefeito Toni Cunha (PL) se disse revoltado com a mudança no valor e acusou o governo Lula de perseguição ao município e ao cantor Zezé Di Camargo, contratado para se apresentar no dia 31 de dezembro.
De acordo com o prefeito, o show de Zezé foi acertado por R$ 1 milhão e seria custeado com recursos federais vinculados ao evento. A reclamação ganhou força após a prefeitura alegar que o recurso previsto para a festa teria sido reduzido às vésperas da virada, colocando a contratação do artista no centro da polêmica.
O caso repercute ainda mais porque ocorre logo após o cantor se envolver em uma crise pública com o SBT, em que fez críticas ao canal por conta da presença de Lula no lançamento de um novo projeto da emissora.
Governo nega cancelamento e diz que houve readequação técnica
O Ministério do Turismo negou que tenha havido cancelamento do convênio e afirmou que o repasse apenas precisou ser readequado. Segundo a pasta, o valor previsto foi reduzido de R$ 2 milhões para R$ 1,39 milhão por critérios técnicos, relacionados à classificação do município no Mapa do Turismo Brasileiro.
O ministério também declarou que não interfere na escolha das atrações artísticas contratadas pelos municípios e que a decisão sobre quais shows realizar cabe exclusivamente à prefeitura.
Prefeito mantém show e promete acionar a Justiça

Mesmo com a redução do repasse, Toni Cunha afirmou que o show de Zezé Di Camargo será mantido. Segundo ele, a prefeitura vai bancar a diferença com recursos próprios e determinou que a Procuradoria do Município entre na Justiça contra o governo federal.
O prefeito também associou o corte à saída do então ministro do Turismo Celso Sabino, demitido dias antes, e reforçou o discurso de que houve motivação política por trás da mudança no valor.
População reage e questiona cachê milionário
A decisão de manter o show, mesmo diante da redução do repasse, foi alvo de críticas nas redes sociais. Moradores questionaram o valor do cachê e pediram que o dinheiro fosse direcionado a áreas como saúde e educação. Também houve pedidos para a prefeitura considerar atrações locais ou alternativas mais baratas para a festa.
Nos comentários, parte do público defendeu que o Réveillon deve seguir com atrações de grande porte, enquanto outra parte classificou o gasto como exagerado e desnecessário.
Programação do Réveillon segue com duas noites de shows
A programação do Réveillon de Marabá prevê apresentações em duas datas. No dia 30 de dezembro, estão previstos shows de Joelma e Michele Andrade. No dia 31, permanece confirmada a apresentação de Zezé Di Camargo, que segue como a atração mais polêmica do evento.
Com a repercussão nacional, a virada de ano em Marabá ganhou um ingrediente extra: além da festa, o município virou palco de um embate público entre prefeitura e governo federal, com o show do sertanejo no centro da disputa.






