Desde a trágica morte da cantora sertaneja Marília Mendonça em novembro de 2021, a disputa pela sua fortuna ganhou novos capítulos no tribunal, envolvendo ex-empresários e familiares em uma luta intensa por justiça e legado

A morte precoce da cantora sertaneja Marília Mendonça não apenas deixou o Brasil de luto, mas também desencadeou uma sequência de eventos legais que continuam a reverberar até hoje. Mais de dois anos após o trágico acidente que tirou sua vida, a herança milionária da artista se tornou o núcleo de uma complexa batalha judicial.

Tudo começou quando Gabriel Gonçalves Ramalho, ex-empresário de Marília Mendonça, entrou com um pedido na justiça em 2022, alegando ter direitos trabalhistas não reconhecidos durante o período que trabalhou com a cantora. Ramalho reivindica cerca de R$ 9 milhões, uma fatia considerável da herança de Marília Mendonça, estimada em aproximadamente R$ 500 milhões.

O caso ganhou uma dimensão ainda mais dramática quando o Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, sob a jurisdição do desembargador Daniel Viana Júnior, decidiu contra o reconhecimento do vínculo empregatício entre Ramalho e Marília. Além disso, o tribunal impôs a Ramalho o pagamento de honorários advocatícios de 8% do valor atualizado da causa, aumentando as tensões e o prejuízo para o ex-empresário.

A família de Marília, que atualmente reside na luxuosa mansão deixada pela artista, expressou alívio e gratidão pela decisão judicial. João Gustavo, irmão de Marília e responsável por parte de sua gestão póstuma, compartilhou nas redes sociais: “A justiça de Deus não falha, nada passa desapercebido aos olhos do criador”. O advogado da família, Robson Cunha, destacou que a vitória era uma questão de honra e lealdade à memória de Marília.

Ex-empresário teria ameaçado Marília Mendonça

(Marília Mendonça | Foto: Divulgação)

Complicando ainda mais o cenário, relatos indicam que o comportamento de Ramalho durante os anos de colaboração com Marília poderia ter sido intimidador. Ele frequentemente postava fotos nas redes sociais exibindo uma pistola Glock, o que, segundo fontes próximas, fazia a cantora se sentir ameaçada. Esse comportamento supostamente culminou em um “rombo” nas finanças de Marília, descoberto durante a pandemia, quando ela tentava apoiar financeiramente os membros de sua banda.

Enquanto a família Mendonça celebra a recente vitória judicial, o espectro de futuros litígios permanece. O caso abriu precedentes importantes sobre como as relações de trabalho no setor do entretenimento são vistas e geridas legalmente no Brasil. Além disso, destaca a necessária discussão sobre a proteção dos direitos dos artistas contra aproveitadores financeiros.

Marília Mendonça deixou um legado indelével na música brasileira, não apenas por suas canções, mas agora também por esta prolongada disputa judicial que destaca a complexidade de administrar uma herança sob o olhar público. A gestão de seu espólio, liderada por sua mãe Ruth Moreira e outros familiares, continua a ser um testamento à sua influência duradoura.

A herança de Marília Mendonça, envolta em camadas de talento, tragédia e agora disputas legais, continua a ser um tema de grande fascínio e debate. Conforme o processo se desenrola, permanece a esperança de que a justiça prevaleça, respeitando a vontade da artista e protegendo seu legado para o futuro. No final das contas, a história de Marília Mendonça é uma lembrança pungente da fragilidade da vida e da implacabilidade das disputas por riquezas deixadas para trás.

Veja abaixo as fotos da mansão de Marília Mendonça, retiradas dessa entrevista, e mais alguns outros registros da propriedade:

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