Recuperação suave da soja nas bolsas, influenciada por fatores externos e demanda da China
A soja está em leve recuperação na bolsa norte-americana, seguindo a movimentação dos mercados agrícolas. Fatores externos e a demanda chinesa se destacam neste cenário.
Mercados agrícolas em movimento
Os mercados agrícolas iniciam o dia apresentando movimentos moderados, com um ritmo que é fortemente influenciado por fatores externos e pela dinâmica de oferta e demanda internacional. A TF Agroeconômica fez um relatório que destaca os leves avanços nas bolsas e a estabilidade no mercado físico, especialmente em algumas regiões. O foco dos investidores e analistas está voltado para o comportamento dos fundos e para as novas sinalizações regulatórias e comerciais, que prometem impactar de forma significativa o setor.
Sinais de alta no trigo
No mercado do trigo, a leve alta observada em Chicago é resultado do retorno de compradores especulativos, que vieram após a realização de lucros da véspera. Há um renovado interesse por parte dos traders, sustentado por rumores sobre uma demanda crescente da China. Apesar disso, a oferta global de trigo continua confortável, e o avanço das colheitas no Hemisfério Sul impede que as altas se ampliem. No Brasil, os preços do trigo registraram uma pequena valorização no Paraná, enquanto no Rio Grande do Sul observaram-se sinais de estabilidade. As origens da Argentina e do Paraguai mantiveram suas indicações próximas às do dia anterior.
Soja em leve recuperação
Após duas sessões de queda, a soja começa a operar em leve recuperação na bolsa norte-americana. O olhar do mercado agora se volta para a questão do regulamento europeu de desmatamento, cuja implementação está prevista para o fim de 2026, embora ainda precise passar pela aprovação parlamentar. Esta medida pode impactar diretamente as cadeias de importação de derivados vegetais, o que gera uma expectativa razoável sobre os preços e a demanda futura. No Brasil, os preços da soja subiram tanto nas regiões do interior do Paraná quanto nos portos, refletindo um interesse renovado da demanda chinesa, que realizou compras em torno de 2 milhões de toneladas. Contudo, esses números ainda estão distantes das quantidades inicialmente previstas em acordos bilaterais.
O cenário do milho
O milho também não ficou de fora e apresentou uma movimentação altista em Chicago, impulsionado por compras de oportunidade e pelo desempenho positivo dos embarques semanais de ração animal oriundos dos Estados Unidos. Essa sustentação, no entanto, precisa conviver com o peso de uma safra recorde. O volume elevado exige um consumo interno e externo robusto para evitar o acúmulo de estoques, que podem atingir os maiores níveis desde a safra de 2018/2019. No contexto brasileiro, o mercado físico do milho registrou leve ganho, embora os contratos na B3 tenham apresentado recuo, sinalizando uma possível acomodação nos preços.
Expectativas futuras
O mercado agrícola pinta um quadro misto, com os preços se movimentando em resposta a fatores tanto internos quanto externos. As políticas e os regulamentos a serem implementados na Europa ainda geram incertezas e podem provocar impactos diretos nas operações comerciais de diversos produtos agrícolas. À medida que o mercado se adapta a essas mudanças, a atenção dos investidores continuará a ser fundamental para entender as tendências de preço e os níveis de demanda que se desenharão nos próximos meses.
- A soja apresentou leve recuperação após duas sessões de queda.
- O regulamento europeu de desmatamento tem efeitos no mercado de importação de derivados vegetais.
- O milho subiu em Chicago devido ao bom desempenho dos embarques de ração animal.
- Os preços do trigo tiveram leve valorização em algumas regiões brasileiras.
- A demanda chinesa por soja voltou a aparecer, comprando cerca de 2 milhões de toneladas.